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A era do plástico

  • Foto do escritor: Beto Scandiuzzi
    Beto Scandiuzzi
  • 3 de abr. de 2020
  • 2 min de leitura

Quando o uso intensivo do plástico para aplicações domésticas e industriais se acelerou nos anos 1960, foi um furor e revolucionou a maneira de viver das pessoas. Face às suas peculiares características, aos pouquinho substituiu um montão de outras matérias-primas. E hoje, passados tantos anos, está de tal forma inserido na vida moderna que se torna quase impossível viver sem ele.

No entanto, dizem os entendidos, estamos matando nosso planeta lotando-o desse derivado de petróleo que pode permanecer vivo na natureza por mais de cem anos. A produção anual já supera os 500 milhões de toneladas, e os resíduos estão espalhados por todo o planeta, da muralha da China, aos Andes, passando pelos Pirenéus, mares e, creiam, já chegou à virgem Antártida.

A solução, segundo os especialistas são os famosos três “R”:

– Reduzir.

– Reutilizar.

– Reciclar.

No mundo todo são vistos movimentos de governos, da sociedade, empresas na busca para solucionar o problema utilizando uma destas ferramentas. Mas não alcança, e eu acrescentaria um verbo mais: substituir.

No século XIX, há mais de 200 anos, sem o plástico, o que havia eram as fibras naturais, a mais importante delas, oriunda do agave que está no México e de onde sai também a tequila. Em 2017, o Brasil produziu 65.000 toneladas dessas fibras oriundas do agave sisalana uma planta, segundo alguns, nativa do semiárido nordestino, e lidera a produção mundial com mais de 50%. E melhor, quando envelhece e seca, é madeira de excelente qualidade. É pouco, dizem que o segredo é reduzir custo aumentando a produção, introduzindo tecnologia e melhorando a produtividade.

Quando li esta notícia, me lembrei rápido do “aramina”, esta planta nativa que havia na região onde nasci e que, segundo os mais antigos, produzia uma fibra que se utilizava principalmente para fazer sacos de transportes de alimentos. Existe uma lenda que conta que o Barão Geraldo, um rico fazendeiro que viveu na região de Campinas no início do século XX chegou a ter extensas aéreas plantadas de “aramina” destinadas aos ingleses. Os ingleses deram o cano, a produção se perdeu e o Barão ficou a ver navios.

Eu, por meu lado, vou ver se encontro o último pé de “aramina” que o meu tio Anésio cultivava lá no quintal da sua casa. Quem sabe a fibra entra em carreira para substituir o plástico, valoriza e eu fico rico. Vai saber!

Abril, 2019

 
 
 

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