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Em um mês de julho como esse que passou

  • Foto do escritor: Beto Scandiuzzi
    Beto Scandiuzzi
  • 7 de out. de 2019
  • 2 min de leitura

Se você de curiosidade pedir ao Google que liste os acontecimentos mais importantes ocorridos no mês de julho (vale para qualquer mês), dependendo do idioma usado encontrará listas distintas, consequência de que cada fato impacta de maneira diferente em cada povo, cada país, cada cultura. Para nós, a revolução constitucionalista de 1932, comemorada num 9 de julho, foi importante, mas é quase certo que nenhum americano, mesmo nossos vizinhos uruguaios, se lembrará desta data.

Em algumas listas poderia estar a bizarra dita Guerra do Futebol que travaram El Salvador e Honduras em julho de 1969 em busca de uma vaga ao Mundial de Futebol México 1970 com mais de 6.000 mortos e 15.000 feridos em apenas quatro dias de combate. Mas é possível que a chegada da nave Apollo 11 à Lua no dia 21 de julho de 1969 conste em qualquer lista que se organize aqui ou na China pelo impacto que tal acontecimento gerou a nível mundial. “Um pequeno passo para um homem, um grande salto para a humanidade”, teria dito Neil Armstrong ao pisar por primeira vez o nosso satélite. E se poderia dizer também que a declaração de guerra do império austro-húngaro à Servia em julho 1914, que deu início à primeira guerra mundial com a morte de milhões de pessoas, deveria estar em qualquer lista.

Não está em todas as listas, mas deveria estar o atentado terrorista ocorrido em pleno centro de Buenos Aires. Foi num 21 de julho como esse que passou, em 1994, causando a morte de mais de cem pessoas no que foi considerado, na época, o maior atentado a um país em tempos de paz.

Eu havia chegado a Buenos Aires umas semanas antes, ainda desacostumado com o inverno deles, e me lembro perfeitamente de ter escutado o estrondo resultado do impacto do veículo carregado de dinamites contra o edifício-sede da AMIA, uma associação social e cultural judaica argentina. E pude acompanhar nas semanas seguintes o sofrimento tanto dos que perderam familiares, amigos, conhecidos como do povo em geral mergulhados naquela tragédia pelo covarde e inaceitável atentado.

Neste ano se cumpre 25 anos. Mesmo passado tanto tempo o caso é ainda um emaranhado de investigações que não levaram a saber exatamente quem foram os envolvidos e quem estava a mando do atentado. Pistas existem, condenados, nenhum.

Julho, 2019

PS: Pablo Neruda, poeta e prêmio Nobel chileno, e Júlio Cesar, o imperador romano nasceram ambos num mês de julho e merecem estar em várias listas. Eu também nasci num mês de julho. Nunca estive, merecidamente em nenhuma lista, talvez estivesse na da minha mãe, mas ela já morreu.

 
 
 

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