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Juella

  • Foto do escritor: Beto Scandiuzzi
    Beto Scandiuzzi
  • 7 de fev. de 2019
  • 1 min de leitura

Juella é um dos muitos pequenos vilarejos localizados na “Quebrada do Humahuaca”, Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade, sobre o vale do Rio Juella, norte argentino, um povoado pré-hispânico, desde sempre berço de povos originários. Perto do lugar se encontra El Huancar de Juella, umas montanhas de quase 4500 metros de altura. Como toda região, rica em minerais, anos atrás encontraram urânio em Juella. Logo vieram as multinacionais com olhos grandes e poucos escrúpulos, que apoiadas por governos com segundas intenções, se prepararam para meter as mãos naquelas riquezas.

Os papéis foram firmados, caminhões e tratores gigantes chegaram de longe e já estavam a postos, dinamites acesas, quando a pequena população de não mais de duzentos habitantes de Juella, com uma bandeira multicolorida à frente, paus e pedras nas mãos, avançou e bloqueou as estradas obrigando a multinacional a abandonar o pedaço.

Não aceitaram que por um punhado de dinheiro fosse destruída paisagem tão única, tão bela, de tantas cores, e que a natureza levou anos para construir. E, pior, violar campos sagrados onde estavam enterrados os seus mortos com seus pertences.

A pequena população de Juella preferiu seguir vivendo, como seus antepassados, do que a “Pachamama”, mãe terra, oferece, preservando sua forma de vida, cultura, acompanhada do sol, do vento e do canto dos pássaros.

Junho, 2018

 
 
 

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