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Lágrimas para um cowboy

  • Foto do escritor: Beto Scandiuzzi
    Beto Scandiuzzi
  • 5 de nov. de 2018
  • 2 min de leitura

No final do ano passado, morreu Glenn Ford; beirava os 90 anos. Meio que atrasado, gostaria de fazer uma homenagem ao velho cowboy. Afinal, é dele um filme da minha infância, Gatilho relâmpago, que mais me recordo.

Adolescente, vivendo numa cidade pequena, escondida em alguma beirada do mundo, ir ao cinema era uma das poucas diversões que por lá havia. Tinha o circo, mas este estava apenas de vez em quando, e de passagem. Daí vem essa paixão que tenho pelo cinema. Ainda tenho fresca na memória a tabuleta na rua, onde se anunciavam os filmes da semana. De chapa preta amarrada a um poste de luz em frente à praça da Estação, letras garrafais, brancas em cal. Uma única em toda a cidade; outras não faziam falta.

Também tenho na memória a história do filme, como se o tivesse visto a semana passada: o homem simples que ganha a fama de rápido no gatilho e passa a ser desafiado até o duelo final. Simples e verdadeiro como eram todos os filmes de cowboy!

Glenn Ford era um ator flexível, de fala suave. Transitou por vários papéis – é dono de uma das mais extensas filmografias –, mas era no papel de cowboy que se sentia melhor. Não tinha o etilo durão de John Wayne, Randolph Scott, mas o que dizer de um ator que contracenou em cinco filmes com Rita Hayworth, a deusa de Hollywood daquela época? Para mim, currículo suficiente para colocá-lo no rol das grandes estrelas de Hollywood. Coincidentemente, foi um destes filmes com Rita que o encaminhou ao estrelato, ao levar uma sonora bofetada dela, na pele da imortal Gilda. Cena registrada para a história!

Morreu Glenn Ford! A estas horas já deve haver encontrado Rita lá no céu, e quem sabe já não combinaram de fazer um “remake” de Gilda. Os anjos, arcanjos e querubins já estão correndo para reservar os ingressos para a estreia! A que por enquanto, e com todo o respeito a eles, prefiro não ser convidado!

Setembro, 2007

PS: Num dia como hoje, em 1918, em Nova York, nascia Margarita Carmen Casino, mais conhecida como Rita Hayworth, estrela maior da época de ouro dos anos 40 e 50 do cinema americano. De uma beleza exótica e impactante, filmou mais de 60 filmes e viveu entre a fama, amores frustrados e a tragédia. Em 1980, foi diagnosticada com Alzheimer. Em maio de 1987, aos 68 anos, se foi, já arrasada pela doença. Rita, a deusa do amor, a eterna Gilda, vai estar entre nós para sempre.

17 de outubro, 2018

 
 
 

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