O indiano

O mundo não nos cansa de surpreender com as bizarrias humanas. Os jornais, a internet, o cotidiano estão cheios delas, para qualquer gosto e apreço. Vejam esta. No ano 2000 o centenário jornal britânico Daily Mail publicou que o indiano Sridhar Chillal havia resolvido colocar suas unhas à venda. Nada que pudesse surpreender não fosse o dito portador das mais longas unhas deste mundo e quiçá de outros, se é que existem. Confirmado no Guinness World Records. O preço? Duzentos mil dólares americanos.

Tudo havia começado no início dos anos 50 quando o indiano se inteirou que havia um chinês que tinha as maiores unhas do mundo, algo como 70 centímetros de comprimento. Não se sabe o porquê, mas o fato é que o indiano tomou a missão de ultrapassá-lo. E conseguiu.

E agora, dezoito anos depois, o sr. Chillal está de volta ao noticiário. Por haver decidido cortar e doar as suas famosas e compridas unhas, não a qualquer museu, mas ao famoso Museu Ripley em plena Time Square de Nova York. Com 82 anos, suas unhas alcançam o comprimento combinado de 906,6 centímetros, sendo a do polegar a maior com 197,8 centímetros. Somente as da mão esquerda já que as da direita nunca cresceram, poupadas segundo ele, para o necessitado trabalho de sobrevivência como fotógrafo. O motivo para cortá-las? Sofrimento extremo, stress, cuidados especiais, dificuldade para dormir.

Deduzo com essa informação de agora que o sr. Chillal não conseguiu vender as suas famosas unhas naquele ano de 2000 anunciadas pelo Daily. Se vê que não apareceu nenhum excêntrico disposto a pagar os 200 mil dólares pedidos por ele. Mesmo por tão compridas unhas.

Para quem acha que isso é pouco, e tem tempo disponível, sugiro buscar na internet “as 10 ideias bizarras de negócios que deram certo”. Gostei de uma em especial. Uma empresa americana está oferecendo vaga no céu. Por míseros 14,97 dólares por pessoa sua estadia no paraíso estará garantida. Permite agregar familiares e bichos de estimação. A oferta tem duas boas vantagens: garante devolver o dinheiro para quem não for aceito e, principalmente, não precisa ser bom nem ter a alma limpa. Acho que vou fazer uma reserva.

Julho, 2018

Quando eu era garoto conheci um senhor que tinha a unha do mindinho da mão direita crescida. Não me lembro se ele era violonista ou alfaiate. Naquela época, alguns homens tinham esta moda. Outros usavam anel. Eu achava muito chique.